MANFREDO RÜBENS
Presidente da Câmara Brasil - Alemanha de São Paulo
É com muita satisfação que apresentamos a terceira edição do nosso Guia de Fornecedores de Mineração que acompanha a já tradicional Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais – este evento que se mantém como um dos mais importantes encontros do setor, trazendo para o ambiente digital o que já era seu diferencial nos eventos presenciais: debates de alto nível técnico e intenso networking entre os participantes.
Desde seu lançamento em 2019, o Guia é uma publicação que aprofunda ainda mais os debates apresentados pela Conferência e traz informações relevantes sobre as empresas que fazem parte da cadeia de valor de fornecedores de mineração e metalurgia.
Nesta edição não será diferente, já que em 2020 o setor de mineração desempenhou um papel muito importante para a economia brasileira e reforçou a importância do debate de diversos assuntos que permeiam o segmento. Mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia do Coronavírus, o faturamento do setor no Brasil somou R$ 209 bilhões naquele ano, alta de 36% em relação a 2019. A estimativa é de que esses números sejam ainda mais positivos no balanço de 2021, graças ao boom do minério de ferro, tema que também trouxemos para a pauta dessa publicação.
Em 2021, a temática de sustentabilidade permanece em destaque sendo abordada nesta edição por meio de temas como a redução da emissão de CO2 nas atividades do setor, como integrar condutas ambientais e sociais na tomada de decisões e como traçar o fechamento de uma mina de forma estratégica sob o contexto socioambiental brasileiro.
Agradecemos os autores, coautores e anunciantes que tornaram a publicação da 3ª edição de nosso Guia possível e saudamos também o Ministério da Economia e Energia da Alemanha (BMWi) pelo contínuo apoio ao nosso Centro de Competência de Mineração e Recursos Minerais.
ANDREA JÜNEMANN
Subsecretária da Unidade de Política Internacional de Recursos Minerais do Ministério Federal de Economia e Energia da Alemanha (BMWi).
O fornecimento seguro e diversificado de matérias-primas é de importância fundamental para a indústria alemã.
Isso vale ainda mais na atual situação de mudança, quando os desafios apresentados pelas tecnologias do futuro começam a olhar para as matérias-primas essenciais. Com a estratégia de matérias-primas alemã estamos traçando o caminho para uma política de recursos naturais voltada para o futuro e, ao mesmo tempo, sustentável.
Um elemento importante da política alemã de matérias-primas é a estreita cooperação com países ricos em recursos naturais. Neste contexto, o Brasil, país com um potencial de matéria-prima quase inesgotável e um importante parceiro comercial da Alemanha, desempenha um papel central. Por este motivo, o Ministério Federal da Economia e Energia alemão financia, desde 2015, o Centro de Competência de Mineração e Recursos Minerais da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.
Na agenda de nosso Centro de Competência não consta somente o nosso interesse no fornecimento seguro de diversas matérias-primas. A Alemanha dispõe de uma gama de empresas fornecedoras de mineração altamente inovadoras, que oferecem tecnologias e know-how modernos. Apoiá-las e acompanhá-las em seus esforços internacionais é também uma tarefa central dos Centros de Competência.
A expertise da Alemanha é complementada por um cenário diversificado de instituições científicas e de pesquisa que gostam de compartilhar suas competências com parceiros brasileiros. Todos esses atores compõem, ao lado dos atualmente oito Centros de Competência de Mineração e Recursos Minerais, o chamado German Mining Network, que, no futuro, deseja também abrir portas para redes internacionais de inovação.
Especialmente em tempos como os atuais, de profunda transformação, empresas alemãs podem ser parceiras importantes e confiáveis para o setor de mineração e recursos minerais brasileiro. Assuntos como digitalização e sustentabilidade, assim como as obrigações de diligência para a cadeia de fornecedores de matéria-prima se mostram temas cada vez mais determinantes para o sucesso de empresas. Neste contexto, as empresas alemãs estão dispostas a compartilhar seu know-how e a criar processos e sistemas mais eficientes, digitais e assim, mais competitivos. Com isso, podem fazer uma contribuição importante para uma mineração moderna e sustentável também no Brasil.
O novo e ampliado Guia de Fornecedores de Mineração e Recursos Minerais é uma fonte de informação excelente para ter acesso a um panorama do know-how Made in Germany. Estou certa de que este trabalho valeu a pena e que terá uma ampla ressonância.
Um dos maiores desafios do século 21 é limitar os efeitos da mudança climática reduzindo as emissões globais de gases de efeito estufa. Este é um tema de máxima relevância para produção mineral, especialmente porque, na maioria das vezes, o CO₂ está intrinsecamente relacionado ao seu processo produtivo, seja como um insumo ou um produto das transformações físicas e químicas das matérias-primas, ou como um produto da queima de combustíveis fósseis utilizados para a geração de energia ou calor.
Em muitos setores de uso intensivo de energia observa-se um aumento do uso de combustíveis de menor intensidade de carbono, como, por exemplo, uso de gás natural (cerca de 0,2 kg CO₂/kWh), ao contrário do carvão e do óleo (aproximadamente 0,35 kg CO₂/kWh e 0,28 CO₂/kW, respectivamente, dependendo da qualidade do produto). Além disto, as primeiras iniciativas relacionadas ao uso de hidrogênio combinadas com investimentos em geração de energia renovável já estão sendo implementadas nas indústrias de mineração, cimenteira, química e siderúrgica. O número de projetos em operação ou em fase de implantação envolvendo parques eólicos, plantas fotovoltaicas solares, pequenas centrais hidrelétricas, incluindo o uso de biomassa sustentável em plantas térmicas associados ao setor extrativo e de transformação de matérias-primas têm aumentado exponencialmente.
Também observa-se uma extraordinária e rápida revolução tecnológica na indústria de base, embora o nível de implementação destas mudanças, especialmente por meio da introdução de sensores e da automação de processos, dependa do porte e do modelo de negócio de cada empresa. Atualmente uma ampla oferta de tecnologias voltadas para aumento da eficiência térmica e elétrica, incluindo os sistemas de gerenciamento de energia e de recuperação de calor/vapor residual, são responsáveis pela redução de emissões de gases de efeito estufa e redução do consumo energético na produção de matérias-primas.
A eletrificação das operações e equipamentos é outra grande tendência tecnológica na mineração, a exemplo do transporte e armazenamento de materiais, especialmente a substituição de caminhões por transportadores de correia. Cita-se também a redução da distância de deslocamento e a otimização de frota de equipamentos móveis por meio de sistemas integrados de despacho.
No processamento mineral também não faltam casos de sucesso relatando ganhos de produtividade, eficiência e segurança relacionados a digitalização. Alguns exemplos destas boas práticas estão aplicados tanto nas operações de britagem e moagem quanto nos equipamentos utilizados no processamento a seco (jigagem e separação magnética de alta intensidade) e pré-concentração via sorting incluindo o reaproveitamento de rejeitos; passando pelo processo de flotação de partículas grossas como também na aglomeração de partículas finas (especialmente fertilizantes e minério de ferro); incluindo a recirculação de água de processo por meio de sistemas integrados de bombeamento, espessamento e filtragem.
Provavelmente a economia circular seja o elemento de maior impacto para a transição energética da indústria mineral. O coprocessamento, é uma clara tendência em diversos setores industriais, como por exemplo, a utilização de resíduos sólidos como combustíveis alternativos na produção de cimento, assim como, a utilização de escórias de alto forno, cinzas volantes, a introdução de pozolanas artificiais, fíler calcário e outros aditivos químicos ao clínquer e o reprocessamento de resíduos de demolição para produção de concreto e/ou argamassa.
Destacam-se também projetos em desenvolvimento para a captura, armazenamento, utilização do CO₂ gerado no processo de calcinação na indústria cimenteira e em fornos utilizados na mineração e siderurgia, especialmente para a redução de óxidos metálicos.
A indústria química também tem realizado projetos pioneiros de aproveitamento do CO₂, a exemplo da produção de carbonatos. Desta forma, o desenvolvimento de novos produtos, equipamentos, processos, rotas metalúrgicas e químicas, incluindo uso do hidrogênio e oxigênio, aumento da taxa de reciclagem de materiais, a exemplo, sucatas metálicas em fornos a arco elétrico e uso de pelotas de ferro nos fornos siderúrgicos também tem contribuído decisivamente para a sustentabilidade na indústria.
A integração de diferentes setores industriais, como, por exemplo, mineração, cimenteiro, metalúrgico, químico e de reciclagem tem ganhado cada vez mais importância para suprir a crescente demanda por commodities. Esta transformação radical da cadeia produtiva mineral tem permitido o desenvolvimento de novas oportunidades de negócio resultando na economia de recursos naturais limitados, o aproveitamento de matérias-primas ainda não exploradas, a utilização eficiente de energia e um menor impacto ao meio ambiente.
DR.-ING. JAMES -VARELA
Formado em Engenharia de Minas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) e com doutorado na Universidade de Aachen-Alemanha na área de Processamento Mineral. Possui mais de 20 anos de experiência profissional internacional e sólida trajetória profissional em Pesquisa, Operação, Gerenciamento de Projetos, Vendas e Desenvolvimento de Negócios em empresas de pequeno e médio portes, assim como, em empresas multinacionais envolvendo tecnologias para extração, processamento e manuseio (armazenamento e transporte) de matérias primas. Em 2020, fundou na Alemanha a empresa Varela International Engineering, que tem como foco principal o fornecimento de soluções personalizadas, econômicas e integradas para o setor industrial.
Os recursos minerais são fundamentais para a tão desejada transição energética, segundo relatório publicado pelo World Bank Group¹. Um exemplo claro disso é a previsão de aumento de 500% na produção mundial de lítio, grafite e cobalto até 2050.
Esses e outros minerais apresentam um potencial considerável para auxiliar no caminho de uma produção de energia mais sustentável, mas o processo de extração que os envolve não pode ser ignorado. Afinal, a busca por uma alternativa menos prejudicial ao meio ambiente deve certificar que a transformação seja sustentável em todos os processos da cadeia, não apenas no produto final. Neste contexto, o conceito de smart mining é uma das principais apostas para remodelar a mineração como conhecemos.
Altamente influenciado pela Indústria 4.0 e pela Internet das Coisas (Internet of Things, IoT em sua sigla em inglês), o smart mining nada mais é do que soluções inteligentes de mineração que visam a digitalização dos processos, a redução de gastos, o aumento da produtividade e a proteção ambiental. Entre os principais benefícios desse modelo estão ainda a possibilidade de previsão e prevenção de possíveis acidentes nas minas.
Em termos de redução de custos, o investimento em modernização tende a representar uma diminuição de gastos a longo prazo. As ferramentas da mineração inteligente são desenvolvidas de modo a dispensarem o uso de fios e cabos, tornando o processo unificado e sensorial. Com elas, todos os processos de uma mineradora são controlados por um sistema central que tem acesso aos dados transmitidos ao longo de todos os campos de trabalho, tornando os procedimentos menos dependentes de manutenções frequentes.
A modernização da produção mineral também implica em maximizar a produção de recursos, o que vai de encontro às previsões de aumento na demanda mundial por determinados produtos.
Gerando uma quantidade maior de minérios, de maneira mais sustentável e segura, as mineradoras apresentarão um crescimento significativo em seu faturamento, estimulando, assim, a competividade entre as empresas.
Por fim, o controle das atividades por meio de sistemas digitalizados também impacta positivamente a gestão da força de trabalho ao dispensar a necessidade de trabalho presencial. Esse gerenciamento de pessoas e processos é essencial por assegurar o bem-estar e a segurança dos colaboradores.
Mesmo com todas as vantagens que a implementação de soluções inteligentes podem oferecer, ainda há resistências por parte das mineradoras para investir nessas tecnologias. O receio do setor não é totalmente incompreensível. Casos recentes de vazamento de dados pessoais e corporativos figuram como o principal motivo para algumas empresas ainda hesitarem na utilização dessas soluções.
Contudo, a mudança é inevitável, visto que as discussões sobre a digitalização de procedimentos na mineração já são recorrentes em escala global. E o primeiro passo para esta transformação está em uma aproximação ainda maior dos setores de energia e mineração.
Os resultados consideráveis do mercado brasileiro de mineração devem encorajar mais investimentos em digitalização nos próximos anos. Atualmente o setor correspondente a 5% do PIB do País. Além disso, as exportações de ferro já ultrapassaram as de soja, transformando o minério no primeiro item da balança comercial brasileira. Os dados referentes a 2021 também não deixam a desejar: somente no primeiro trimestre deste ano, a indústria teve um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2020.
Na dianteira desse processo, empresas como Voith Turbo, Vulkan do Brasil, Haver & Boecker Niagara e ifm electronic compartilharam com exclusividade suas apostas e desafios para implementação de soluções inteligentes em seus processos.
Nos últimos três anos, a Vulkan do Brasil tem investido fortemente na digitalização. O desenvolvimento de produtos equipados com sensores pela captação de dados, a criação de funcionalidades novas dos produtos por meio de aplicativos digitais, o atendimento à distância e a utilização da realidade aumentada são apenas algumas de suas ações recentes. Adicionalmente, a empresa investe em treinamento sobre os processos cotidianos para seus clientes, como informações sobre instalações corretas, manutenção e soluções de problemas.
As dificuldades existem e estão especialmente relacionadas à distância das unidades de desenvolvimento e unidades produtivas. No entanto, Klaus Hepp, o Presidente da empresa, garante que a digitalização é irreversível. “O nosso objetivo continua sendo participar do início dos desenvolvimentos de novas tecnologias e processos dos nossos clientes e seguir um parceiro e contribuidor importante deles”, disse.
Com experiência de mais de 150 anos, a Voith Turbo enxerga que a implementação do smart mining pode permitir o aumento da produtividade e o crescimento na demanda por sistemas mais confiáveis.
Uma das maiores apostas da empresa atualmente é o Belt Genius ERIC (Efficiency & Reliability Intelligence Control). O produto é um digital twin equipado com inteligência artificial que interage com sensores inteligentes, cujos processos são computados por nuvem. O sistema já está sendo implementado em um cliente-parceiro na Alemanha e há planos de instalação no Chile.
Apesar da Voith já ter iniciado suas ações de digitalização, a empresa acredita que o entendimento de soluções inteligentes básicas é essencial. Sem uma base consolidada, processos mais complexos não poderão ser colocados em prática.
As características dos minérios e minerais presentes no mercado sul-americano criam um cenário no qual o volume processado dos produtos e a importância dos equipamentos é fundamental. Por conta disso, a Haver & Boecker Niagara passou a investir fortemente em tecnologias de desenvolvimento da Indústria 4.0. Desde um sistema de monitoramento para peneiras vibratórias (Pulse Condition Monitoring) à digitalização do acesso à informação por parte dos clientes, a empresa está determinada a criar um ambiente digitalizado que permita que o smart mining seja implementado.
Quando se trata de vantagens que a digitalização tem trazido à Haver & Boecker, destacam-se o aumento da confiabilidade e vida útil dos equipamentos, além da divulgação e compartilhamento mais eficientes das informações entre fornecedores e clientes.
A ifm electronic considera que o principal desafio da implementação de soluções de smart mining é a criação de um ambiente capaz de absorver conhecimento e adaptar os processos. Motivada em superar esse obstáculo, a empresa desenvolveu um sistema capaz de transformar correias transportadoras em objetos inteligentes, que apresentam funcionalidades, como o diagnóstico dos dispositivos que passam a se comunicar com o sistema de controle por meio de redes.
Reforçando essa ideia, o Gerente Regional de Vendas da ifm, Yuri Gurgel, acredita que o termo “máxima eficiência” traduz bem o caminho que as empresas devem seguir a fim de garantir sua sobrevivência baseada na sua capacidade de inovação. “A visão de toda smart mining deveria estar focada em processos que lhe permitam aumento de produtividade e a melhoria da qualidade de seus produtos, baseado logicamente, nos seus processos”, afirmou.
Ciente da importância de políticas sustentáveis, o governo brasileiro já mostra interesse em renovar o setor, de forma a atingir também a transição energética. No webinar “Mineração, Mudanças Climáticas e Transição Energética Mundial”, realizado em junho e promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o Diretor do Departamento de Geologia e Produção Mineral do MME, Frederico Bedran, explicou que as ações realizadas com o intuito de reduzir as emissões de carbono requerem a união dos setores de energia e mineração.
Esse elo se deve a uma conjuntura de codependência: se de um lado o aumento da demanda mundial por energias renováveis exigirá uma quantidade maior de recursos minerais, a mineração também deverá adaptar sua matriz energética de forma que ela seja mais sustentável e produtiva.
Com o propósito de implementar essas práticas, o Plano Nacional de Energia 2050, divulgado pelo MME em
dezembro do ano passado, apresenta resoluções que visam “aumentar a integração energética com outros planos setoriais (indústria, transporte e mobilidade, mineração de baixo carbono e agricultura de baixo carbono), que tratam dos impactos das mudanças climáticas como forma de aumentar a obtenção de benefícios sistêmicos”.
É também um fato que o Brasil precisa se manter competitivo e apto a exportar seus recursos para países da União Europeia (UE). Com o Green Deal diversas normas e diretrizes estipuladas pelo bloco devem ser também alçadas a nível mundial. Dessa forma, somente países que se enquadram nos critérios estipulados pela UE terão a oportunidade de se tornarem fornecedores de países da União.
Faturamento do setor no Brasil tem impulsionado mineradoras de pequeno e médio portes a realizar novos investimentos e descongelar projetos
Aumento da demanda e elevação dos preços pelo produto: o cenário dos sonhos para qualquer empresa. E que se tornou realidade no setor de minério de ferro no Brasil. Com o crescimento da demanda, as exportações brasileiras de minério de ferro devem chegar a inéditos US$ 41,2 bilhões em 2021, segundo levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A cotação média por tonelada do minério de ferro bateu US$ 189 em abril, um registro bem próximo do pico histórico alcançado em 2008 (US$ 196) nesse mesmo tipo de comparação.
Esse ciclo de alta de preços do minério de ferro no mercado internacional tem sustentado uma intensa movimentação no setor. Uma série de projetos, que até então estavam na gaveta, começam finalmente a ganhar viabilidade. “O mercado brasileiro, como toda commodity, tem seus altos e baixos relacionados a oferta e procura. Mas nos últimos dois anos estamos vivendo um momento atípico. Os problemas da Vale, somados à demanda do mercado internacional, deram um boom nos pequenos projetos e as minas com logística mais difícil ganham mais espaço, graças a esse aquecimento do mercado”, explicou o sócio–fundador da Atlântica Minas Mineração, Maurício Índio do Brasil.
Para o período de 2021 a 2024, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) mapeou 92 projetos de investimento, em 81 cidades de 14 estados, que deverão aportar US$ 38 bilhões. Os investimentos são liderados por empresas de pequeno e médio portes, cujos projetos levam em torno de dois anos para maturar.
A Atlântica Minas Mineração registrou, de fato, um grande crescimento durante a pandemia, a começar pelo quadro de funcionários, que triplicou de tamanho neste período. A empresa tem como estratégia de implantação de seus projetos, implementar primeiramente uma operação a seco com escala de produção máxima de 300.000 toneladas/ ano, enquadrando o projeto em classe 2 ou 3 de licenciamento ambiental, criando assim menores exigências, processo de trâmite mais rápido dentro da Superintendência Regional de Meio Ambiente (SUPRAM) e necessidade de menor despesas de capitais.
Posteriormente à obtenção da licença de operação a seco, inicia-se o processo de licenciamento a úmido, no qual há mais exigências ambientais, os prazos de análise também são mais extensos e há uma necessidade maior de despesas de capitais. Atualmente, a empresa conta com 18 projetos em fase de licenciamento, além de quatro operações e mais duas em aprovação.
“Estamos vivendo no Brasil um ciclo muito importante do mercado de minério de ferro com esse boom dos preços. Naturalmente o Brasil se beneficia muito em sua balança comercial por ser um dos maiores exportadores dessa commodity no mundo. O nível de preços chegou a um patamar jamais visto até mesmo no ciclo do aumento dos preços ocorrido há cerca de 10 anos. Acredito que com o passar do tempo o preço vai se acomodar em um nível que ainda será muito atraente para os produtores de minério de ferro no Brasil”, afirmou Frederico Robalinho, CEO da Santa Fé Mineração.
Aproveitando este momento, a Santa Fé Mineração está impulsionando com rapidez todas as etapas dos trabalhos para que a empresa inicie sua produção já no último trimestre de 2023 ou, no máximo, no primeiro trimestre de 2024. “A meta da companhia é investir em torno de US$ 100 milhões para erguer uma planta com capacidade para 3 milhões de toneladas/ ano. Para isso a empresa está finalizando os estudos de engenharia básica que deverão estar concluídos em agosto do presente ano. Em seguida, serão preparados os estudos ambientais para a obtenção da licença de instalação que estamos projetando obter no primeiro trimestre do próximo ano em 2022 para, em seguida, ser iniciada a construção e montagem da planta que deverá levar um período de 25 a 30 meses para iniciar a produção”, explicou Robalinho, ressaltando que a empresa já possui o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e a Licença Prévia (LP).
Robalinho contou ainda que a Santa Fé pretende investir em tecnologia para a implantação da planta de produção. “Como o minério da Santa Fé é magnetítico o processo de concentração para obtenção do produto final que será um pellet feed [produto fino do minério de ferro] de 64% a 65% de ferro utilizará um processo de separação magnética a seco e posteriormente a úmido. Dessa forma, a Santa Fé será o primeiro projeto de minério de ferro no Brasil que não necessitará de barragens de rejeitos, ou seja, o resultado do processo de concentração será uma torta úmida que retornará para as cavas de extração”, explicou.
Apesar de todos os ganhos na cadeia em torno do minério de ferro, ainda é cedo para determinar se esse movimento isolado terá, de fato, fôlego para puxar outros setores da economia brasileira, diante das incertezas geradas pela pandemia. Contudo, alguns indícios já apontam para perspectivas bem otimistas.
Segundo o IBRAM, a estimativa é que o faturamento de todas as atividades relacionadas ao setor mineral no País registre recorde histórico neste ano, com um valor entre R$ 260 bilhões e R$ 270 bilhões. Essa cifra indica um
crescimento de até 29% em relação a 2020.
Além disso, na contramão da maioria dos municípios do País, o chamado quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, tradicional região produtora da commodity no Brasil, registra abertura de novos empregos. “Temos ótimas perspectivas para este momento. Acredito que o preço do minério ficará nesse patamar por mais dois ou três anos. Depois deve cair um pouco, voltando a algo em torno dos R$ 120 a tonelada”, afirmou do Brasil. Nesse ínterim, o momento segue oportuno para aproveitar o aquecimento do setor – e consequentemente o descongelamento de investimentos – para fazer novos negócios.
Grandes empresas de mineração, e todas aquelas empresas listadas em bolsas de valores, há pelo menos duas décadas, buscam o enquadramento às melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG – Environmental, Social & Governance), reconhecidas pelo mercado mundial, investidores e comunidades locais.
Os componentes ESG são parte dos fatores modificadores que convertem recursos em reservas, e que, consequentemente, agregam valor aos ativos de mineração. São conceitos antigos, já denominados parcialmente como Responsabilidade Social Corporativa, Socioambiental e Sustentabilidade, dentre outros nomes. Danos ao ecossistema, cultura e patrimônio, causados por minerações (exemplos: acidentes de barragens de rejeitos da Samarco e Vale, no Brasil e a destruição de sites aborígenes pela Rio Tinto, na Austrália), aumentaram a percepção das consequências econômicas para uma empresa, muito além de danos à imagem.
Assuntos correlatos à ESG deixaram de ser uma necessidade que adiciona valor (nice to have) para o negócio, para se tornarem uma obrigação (must have).O levantamento recém-realizado pela White & Case1, junto a 68 tomadores de decisões de grandes corporações, destacou que aspectos de ESG são riscos-chaves para o setor de Mineração e Metais em 2021.
Acima de 45% dos entrevistados consideram o risco associado a ESG muito à frente de outros riscos, como a Covid-19 (14%); tensões no comércio mundial (9%); redução da velocidade de crescimento chinês (9%); nacionalização de bens minerais (7,5%), dentre outros.
Como a mineração é uma indústria de capital intensivo, sempre haverá a necessidade de atrair grandes investidores, fundos de investimento estruturados e acionistas de bolsas de valores, que requerem práticas e políticas efetivas alinhadas à ESG.
Em função das características intrínsecas do setor, e dos riscos concernentes à atividade, os investidores estão, agora mais do que nunca, pressionando as empresas a serem aderentes às práticas de ESG, de tal forma que ausência de boas práticas ambientais, sociais e de governança, implicarão em custos muito mais altos de captação de novos investimentos e até mesmo dificuldades maiores para obtê-los.
É possível que, em médio prazo, empresas que falharem neste alinhamento sejam penalizadas e empresas com classificações negativas de ESG sejam desvalorizadas pelo mercado e seus projetos e produtos percam atratividade.
Adicionalmente a estas demandas da sociedade, estão os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, que buscam, dentre outros temas, a redução de desafios intimamente relacionados à ESG, tais como violações de direitos humanos, desigualdades sociais, degradação ambiental e corrupção.
Neste alinhamento, as empresas de mineração estão trabalhando, na questão ambiental, para traduzir, de uma forma explícita e de comunicação eficiente, o que tem sido feito para a redução do consumo de energia e água; redução da emissão de gases de efeito estufa por meio da mudança matriz energética; aumento da segurança de barragens de rejeitos; modernização de frotas e equipamentos e reabilitação e recuperação de áreas degradadas; dentre outras iniciativas.
Diferentemente das questões ambientais, que estão na agenda das empresas há mais tempo, as questões sociais, agora, deixaram de ser demandas pontuais para se tornarem políticas corporativas. Observa-se a realização de inúmeras ações, para desenvolvimento de melhores relações com as comunidades, aumento do bem-estar e engajamento dos funcionários, busca e capacitação de fornecedores locais em preferência a fornecedores externos, além da ampliação do relacionamento com os governos e autoridades locais para, em conjunto, melhor alinhar o efetivo retorno dos impostos às localidades envolvidas.
Dentre os itens a serem considerados nas demandas de Governança Corporativa para avaliação do compliance das empresas de mineração, estão: práticas contábeis mais transparentes, campanhas proativas dos relatórios e declarações públicas das empresas para investidores e stakeholders, definições de políticas internas anticorrupção e práticas antitruste, padrões éticos, dentre outros, relacionados à confiança que os investidores terão na capacidade dessa empresa de ser boa zeladora do seu investimento e da comunidade ser impulsionada por sua reputação como uma boa vizinha, de forma digna.
Finalmente é importante destacar que controles efetivos de ESG já estão sendo adotados pelas principais empresas de mineração no Brasil. Por outro lado, entende-se que a maioria das minerações de pequeno e médio portes do Brasil não estão preparadas para este escrutínio – por não ter a necessidade deste monitoramento mais efetivo de agentes externos à empresa ou pela falta de capacidade de se enquadrar a esta demanda mundial.
É, portanto, este o grande desafio de setor em aumentar a aderência, necessidade e obrigação, para que as empresas se alinhem às melhores práticas de ESG, com as quais, só então, será possível aumentar a percepção positiva junto à comunidade, aos órgãos reguladores e aos investidores, e demonstrar a real adição de valor de nosso setor para a economia do País.
É geólogo e consultor sênior, com MBA em Gestão Empresarial e experiência de 30 anos em gestão de projetos de mineração, descobertas e desenvolvimento de depósitos minerais em empresas nacionais e multinacionais. Profissional Qualificado pela Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR) para Exploração Mineral e Estimativa de Recursos e Reservas Minerais.
É geóloga, mestre em recursos minerais, doutoranda em Engenharia Mineral (Departamento de Engenharia de Minas e do Petróleo / EPUSP). Diretora da GeoAnsata Projetos e Serviços em Geologia, onde coordena e executa projetos nas áreas de Geologia, Geotecnia e Recursos Minerais.
A importância de traçar o fechamento de forma estratégica sob
o contexto socioambiental brasileiro
Antes mesmo de abrir uma mina já é preciso planejar seu fim. As estratégias para encerramento das atividades de uma mina ultrapassam a perspectiva ambiental e englobam as outras duas pontas da sustentabilidade: os âmbitos econômico e social da região.
Isto porque envolvem comunidades e municípios profundamente impactados pela atividade mineradora e que, com o
passar dos anos, podem se tornar dependentes dos recursos advindos do setor.
Para Danilo Vieira, Consultor de Meio Ambiente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG), “o fechamento de uma mina começa quando uma empresa de mineração pretende se instalar. Então, inicia-se um projeto, planejando o final dele”.
Portanto, já devem estar presentes nos estudos iniciais da mineradora, que permeiam todo processo que servirá de base para o licenciamento ambiental, a descrição de suas atividades, os impactos gerados e como as atividades serão finalizadas.
Para qualquer alteração em uma mina, é necessário analisar as demandas decorrentes destas alterações e seus impactos, principalmente ambientais, isso inclui o próprio fechamento da mina, destacou Leandro Gomes, Head de soluções em Mineração e Engenharia de Aplicação na Siemens, exemplificando com um caso de descomissionamento de barragens.
O processo é uma alternativa viável para redução de riscos e prevê uma futura deposição do resíduo do processo em forma sólida, em vez de manter as barragens. “Além de eliminar o risco existente nas barragens, este mesmo resíduo pode ser armazenado empilhado, formando área com possibilidade de reflorestamento”, explicou Gomes, completando que o descomissionamento das barragens exige a implementação de novos sistemas para secagem do resíduo.
A Siemens propõe uma solução alimentada e controlada por sistemas elétricos e de controle. “Visando menor impacto na área a ser instalado o novo processo, podemos fornecer a solução elétrica em eletrocentros. Os eletrocentros são salas elétricas completas em estrutura metálica similar a um container. Este tipo de solução possibilita um menor impacto na instalação, pois os eletrocentros são fabricados em estrutura fabril não existindo a necessidade de construção em alvenaria local, reduzindo canteiro de obra, rejeitos locais e reduzindo a área ocupada”, detalhou Gomes.
Para além dos impactos ambientais, que não podem ser perdidos de vista, dentro do eixo da sustentabilidade é exigido no fechamento de mina que também se reestabeleçam, não só as condições ambientais para reaproveitamento dessa área e recomposição dela, mas também as questões social e econômica do município.
Isto consta no Decreto nº 9.406 de 2018, assinado pelo ex-presidente Michel Temer, que regulamenta o novo código de mineração.
O texto estabeleceu regras ambientais mais rígidas e a obrigatoriedade de execução de fechamento de minas. A seção II, no parágrafo 3º, lista os aspectos que devem ser observados no fechamento de mina:
“I – a recuperação ambiental da área degradada;
II – a desmobilização das instalações e dos equipamentos que componham a infraestrutura do empreendimento
III – a aptidão e o propósito para o uso futuro da área; e
IV – o monitoramento e o acompanhamento dos sistemas de disposição de rejeitos e estéreis, da estabilidade geotécnica das áreas mineradas e das áreas de servidão, do comportamento do aquífero e da drenagem das águas.”
No Brasil, no entanto, nem sempre é assim. “Muitas [empresas] não fazem isso. Elas só pensam no fechamento
da mina quando percebem que sua vida útil está acabando”, afirmou Rolf Georg Fuchs, Fundador e Presidente da Integration Mediação Social e Sustentabilidade, consultoria especializada em prevenção e gerenciamento de riscos e oportunidades socioambientais no setor da mineração.
Tendo em vista que são recentes as pressões por regulamentação, infelizmente são escassos os bons exemplos de fechamento de minas no Brasil até hoje. “Não é possível encontrar uma cidade no País que possa ser um exemplo de pós-mineração nos três âmbitos juntos: ambiental, social e econômico”, afirmou Waldir Salvador, Consultor de Relações Institucionais e Econômicas da AMIG.
O município de Itabira, em Minas Gerais, famoso por ser a terra-natal do poeta, contista e cronista brasileiro Carlos Drummond de Andrade, é intensamente direcionado para a extração do minério de ferro – tanto que se pode encontrar o minério no pó presente na janela das casas, brincou Waldir Salvador durante a entrevista. Mas Itabira é também “o primeiro exemplo lamentável de mineração que chega nos próximos anos ao fim, ainda sem condições de a cidade ser atraente para outros negócios”.
Segundo Fuchs, “já existe um movimento conjunto da empresa, da prefeitura, do Governo do Estado e de várias outras instituições preparando o município de Itabira para viver sem a mina, sem a receita, sem os empregos, sem tudo.”
Essa realidade se repete na maioria das cidades mineradoras. Salvador enfatizou que de 80% a 90% de tudo que a prefeituras arrecadam advém da mineração, o que torna o fechamento de uma mina um dos grandes desafios para as cidades. “Elas vivem do Fundo de Participação, que é um recurso do Governo Federal repassado para todos os municípios do País, proporcionalmente em relação ao território e população. Sem a mineração, portanto, a prefeitura quebra. Esse é o grande temor.
Parte do problema deve-se ao fato de que, diferentemente de outras indústrias, a mineração não tem escolha locacional, atuando onde o minério está.
Consequentemente, muitas cidades mineradoras não têm a sorte de estarem bem localizadas para outros negócios. Nova Lima (MG), por exemplo, passou por um processo de conurbação com Belo Horizonte, transformando a capital mineira em válvula de escape para novos negócios.
A consultoria Integrativo participou em 2017 ativamente do fechamento emergencial da mina de ouro da Aurizona Mineração no município de Godofredo Viana, noroeste do estado do Maranhão.
Devido a problemas técnicos, a empresa e a consultoria não tiveram tempo hábil para o fechamento adequado da mina. Ainda assim a conclusão foi positiva: “Hoje, ela funciona normalmente. É uma das maiores minas de ouro do Brasil, mas ela teve que ser fechada durante 4 anos”.
Durante o processo, a consultoria se deparou com algumas perguntas:
Como esse município sobrevive sem os impostos?
Como o comércio sobrevive sem a venda de seus serviços e seus produtos?
E as comunidades, como elas sobreviverão, já que boa parte dos chefes das famílias trabalhavam na mina?”
Em um curto espaço de tempo, foram desenvolvidos programas que atendiam algumas frentes, principalmente o desenvolvimento da iniciativa própria e o empreendedorismo, além de programas para a
qualificação profissional e requalificação, tendo em vista que a mineradora tinha intenção de voltar atuar após a resolução dos problemas técnicos.
Além disso, foram implementados programas sociais de acompanhamento, assistência, fortalecimento e empoderamento da comunidade. Fuchs explicou que “a comunidade era muito pobre e longe de qualquer outra condição de sobrevivência, a não ser atividades de pesca e de agricultura de subsistência. Então foi muito interessante conseguir superar esse hiato de 4 anos dando condições de qualidade de vida para essa sociedade. E, ao mesmo tempo, já preparando-a para a reabertura da mina.”
Trabalhos como este transformam a mineração e trazem mais sustentabilidade para a atividade. Afinal, o impacto do setor nos municípios com atividade mineradora é inegável. “As cidades têm um Índice de Desenvolvimento Humano e um índice de renda per capita raríssimo. Estão entre os melhores do país”, destacou Waldir Salvador.
Só no 1º trimestre deste ano, a mineração faturou R$ 70 bilhões (excluindo-se petróleo e gás), 95% a mais que o
mesmo período em 2020. Além disso, o País arrecadou R$ 2,1 bilhões da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), 103% superior ao 1º trimestre do ano passado, como divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
O setor mineral gerou novos empregos, tendo um aumento de 5% de janeiro para fevereiro deste ano, resultando em um saldo de 186.610 empregos no Brasil somente no setor mineral, segundo o Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho (PDET) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
O Guia para Planejamento do Fechamento de Mina do IBRAM lançado em 2013, explica que toda mina modifica o ambiente de forma significativa e, muitas vezes, permanente. Porém, a mineração é uma forma temporária de uso do solo: “Ao ser encerrada a atividade, novas formas de uso das áreas ocupadas pela mina devem ser viáveis, considerando as restrições decorrentes das modificações permanentes, assim como as aptidões e oportunidades associadas ao período de funcionamento da mina”.
Essas são novas metas para os fechamentos de minas que estão por vir, que atingem a construção reputacional das empresas mineradoras que abordam projetos sustentáveis. Como Fuchs afirmou, “a empresa não é a responsável pelo futuro de um município, de uma sociedade e/ou de uma região. Ela é parte de um conjunto de responsabilidades”.
Dessa forma, a consultoria coloca como fundamental o diálogo para caminhar de mãos dadas com as comunidades, as lideranças formais e informais, a fim de encontrar o melhor caminho para construir um futuro sólido após o fim das atividades mineradoras na localidade.
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Agosto/2021